A história do cristianismo aponta no seu nascedouro a personificação do sagrado, o Cristo vivendo a condição humana, em vários aspectos com exceção do pecado. O pecado figurando como uma distância possível de ser quebrada entre o pecador e a divindade.
Ao considerar a expectativa de vida que nós temos nos dias de hoje, a vida terrena de Jesus Cristo para nossa atual realidade foi muito curta, entretanto foi suficiente, para quebrar paradigmas e motivar profundas críticas sociais que podemos facilmente discutir nos dias de hoje. Sua origem humilde foi motivo de descrença perante seus próprios conterrâneos, sua visão crítica questionava costumes antigos, colocava as pessoas simples do povo para sonhar por uma realidade mais fértil e sem miséria.
A alta carga tributária de sua época acentuava as desigualdades, os cobradores de impostos eram (ainda hoje são?) vistos como inimigos do povo e aliados do império, que ostentavam em festas enquanto os bolsões de pobreza mendigavam o básico para sua sobrevivência.
O transcurso do tempo do tempo não modificou em sua totalidade aquela realidade vivida por Jesus Cristo, os problemas sociais existem e são tão fortes como antes, criticar o Império Romano era algo estarrecedor, seus seguidores a cada momento acreditavam ainda mais fortemente que o reino de Deus estava mais próximo que se pudesse imaginar.
Mas, como narrado pelos evangelistas, a traição foi inevitável, o filho de um casal pobre que reunia multidões para ouvir suas palavras de consolo e acima de tudo de esperança, foi entregue ao sistema para um julgamento que já se esperava a sua condenação, criticar o modelo social e religioso foi suficiente para desagradar religiosos e políticos de sua época, sua morte se concretizou.
Nem a morte foi capaz de encerrar o pensamento de Jesus, no momento de sua ascensão para o céu, Jesus deixou claro aos seus discípulos que Ele voltaria para busca-los para que onde Ele estivesse, mas antes disso apontou que aquilo que fizer com o outro, estará fazendo com o próprio Cristo.
Na casa de meu Pai há muitas moradas… vou preparar-vos lugar… quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também (João 14:2,3). Essa é incomparavelmente a maior esperança de todo cristão.