
Na contagem regressiva para a COP30, em Belém, o debate sobre descarbonização ganhou destaque econômico, industrial e social. Segundo o estudo "Trajetórias Tecnológicas mais Eficientes para a Descarbonização da Mobilidade", elaborado pela LCA Consultoria e MTempo Capital, o transporte é responsável por grande parte das emissões, por isso, o setor também representa uma oportunidade estratégica para o Brasil, capaz de gerar empregos, atrair investimentos e consolidar o país como referência global em mobilidade sustentável.
O país se destaca globalmente como um dos maiores produtores de biocombustíveis, uma vantagem estratégica na corrida pela descarbonização. Segundo pesquisa divulgada pelo Governo do Paraná, a produção nacional de etanol de milho deve atingir 10 bilhões de litros, consolidando o Brasil como o segundo maior produtor mundial. O avanço tecnológico no setor é pilar para a segurança energética e a redução das emissões de gases de efeito estufa no transporte.
Políticas públicas como o RenovaBio e a Lei do Combustível do Futuro têm sido fundamentais para incentivar a produção e o uso de biocombustíveis, estabelecendo metas de descarbonização para o setor. O RenovaBio, instituído pela Lei n.º 13.576/2017, busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa e expandir o uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira. A Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 2024, permite a mistura de até 35% de etanol na gasolina e 25% de biodiesel no diesel, desde que comprovada a viabilidade técnica.
Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) mostra que o estado tem capacidade para produzir 6,4 milhões de metros cúbicos de biometano por dia, equivalente a 32% do consumo estadual de gás natural. A substituição poderia gerar até 20 mil empregos, reduzir 16% das emissões de carbono e aumentar a competitividade da indústria paulista.
Paralelamente, dados recentes da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) indicam que a eletrificação de veículos no Brasil ganha tração, consolidando-se como um pilar essencial para a mobilidade de baixo carbono. Além disso, a frota brasileira de carros elétricos e híbridos ultrapassou meio milhão de unidades em agosto de 2025, com vendas que cresceram no primeiro semestre, representando 9,4% do total de veículos leves. A infraestrutura de recarga acompanha, com 16,9 mil pontos públicos e semipúblicos, e, de acordo com o Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP), cidades planejam eletrificar mais de 14 mil ônibus urbanos até 2030.
Diversos estados brasileiros oferecem incentivos fiscais, como isenção ou redução de IPVA, para veículos elétricos e híbridos, a exemplo do estado de São Paulo, conforme determinado pela Lei n.° 18.065/24. Além disso, conforme a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil parte de uma matriz elétrica renovável, o que representa um diferencial estratégico frente a outros países emergentes, pressionados a acelerar a transição energética. Essa vantagem pode posicionar o país na dianteira global se houver coordenação entre governo, setor produtivo e sociedade civil.
Nesse contexto, surgiu o Instituto MBCBrasil, organização independente, multissetorial e sem fins lucrativos criada para acelerar a mobilidade de baixo carbono. O Instituto reúne indústria, associações e trabalhadores em torno de uma atuação técnica e estratégica que transforma diagnósticos em políticas públicas efetivas. "O Instituto nasce para transformar evidências técnicas em políticas públicas e acelerar a adoção de tecnologias sustentáveis no setor", afirma José Eduardo Luzzi, presidente do Conselho de Administração.
O Instituto atua para expandir biocombustíveis como etanol, biodiesel, biogás, hidrogênio e biometano, além de fomentar a integração com tecnologias de eletrificação de forma neutra e complementar. Entre os membros estão Abimaq, Abiogás, Abipeças, AEA, Alcopar, Bioind, BioSul, Bosch, Bruning, Conarem, Cummins, Copersucar, IPT, Industriall, John Deere, Mahle, MWM, SAE Brasil, Scania, Siamig, Sifaeg, Sindalcool, Sindiaçúcar, Sindaçúcar-AL, Stellantis, Toyota, Tupy e UNICA, com perspectiva de ampliar o diálogo com governos, investidores e sociedade.
"Ao apostar em inovação tecnológica, preservação do parque fabril e qualificação profissional, o Instituto mostra que a descarbonização pode se traduzir em modernização industrial e inclusão social, e não apenas em compromisso ambiental. Seja pelo biometano, novos biocombustíveis ou eletrificação, o Brasil reúne condições para transformar a mobilidade sustentável em vetor de crescimento econômico e social", conclui Luzzi.
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