Terça, 15 de Outubro de 2024
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Silvio Darlan: Em Conceição, qual o preço do poder ?

Com a chegada da redemocratização, foi possível retomarmos o direito de escolher de forma livre, secreta e periodicamente os nossos representantes, sejam eles para os cargos do executivo ou legislativo.

21/05/2022 às 12h17
Por: ESTADÃO DA PARAÍBA
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Silvio Darlan: Em Conceição, qual o preço do poder ?

Com a chegada da redemocratização, foi possível retomarmos o direito de escolher de forma livre, secreta e periodicamente os nossos representantes, sejam eles para os cargos do executivo ou legislativo.

 

Numa trilogia, pretendo discutir com os meus leitores o "preço do poder"- sabemos que a nossa legislação eleitoral proíbe qualquer tipo de oferecimento de vantagens, lucros ou qualquer coisa patrimonial ou não, que venha impedir a livre escolha de seus candidatos.

 

Em outros termos mais práticos, é proibido comprar votos, podendo sofrer sérias repercussões criminais por essa prática que eventualmente acontece.

 

Sabemos também, que estamos longe de termos escolhas essencialmente livres, isso se dar por vários motivos que até  compreendo, mas que pode tornar a nossa cidade diminuída pelo preço do poder.

 

Quanto um candidato a vereador deve gastar para ser candidato? Essa pergunta me refiro as despesas legais decorrente do financiamento próprio previsto em lei, seja na confecção de material de campanha, todas fiscalizadas pelo órgãos competentes, seja Ministério Público ou julgados pela Justiça Eleitoral.

 

Mas, cá pra nós, não é só essas despesas que fazem parte do "processo" né? Sempre tem aquele telhado para cobrir a casa da filha que casou recentemente ou aquela velha ordem de gasolina para ir aos domingos ao shopping em Juazeiro, sem falar naqueles talões que juntam dois ou três sempre que se aproxima o mês de outubro, mas essa matemática não pode ir para o papel, as vezes dar algum problema para o candidato, mas só as vezes, o que sempre dar problema é para a cidade,  quem se utilizou desse mecanismo para chegar ao poder, pagou o preço, cumpriu com a sua "obrigação" com o eleitor, que agora não pode reclamar que a rua está no escuro, que o lixo não é recolhido devidamente e por aí seguimos.

 

Nesse ciclo vicioso vamos continuar como estamos, assistindo a Industrialização da cidade de Itaporanga(PB) através das produções têxteis, da expansão do comércio em Mauriti(CE) , enquanto que vemos nossa juventude terminar o ensino médio para trabalhar de "chapiado" em qualquer mercadinho  desses por aqui, sem nunca saber o que é uma carteira assinada ou um salário mínimo, que por ser mínimo já é muito pouco, entretanto esse é o preço do poder.

Silvio Darlan
Silvio Darlan
Sobre Advogado e professor, em Direito Público atua como assessor jurídico da Fundação Ernani Sátyro do Governo do Estado da Paraíba. Escreve e pesquisa sobre história, cultura e literatura brasileira.
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