Um dos períodos mais conturbados da história política do país, colocou o estado da Paraíba em destaque na imprensa escrita e radiofônica por todo o país, evidenciando práticas políticas da velha república e imortalizando o nome de João Pessoa para sempre.
O líder político João Pessoa, fora derrotado nas urnas na disputa pela vice-presidência, e vários foram os fatos que influenciaram seu homicídio, que estampou as capas dos jornais de todo o país, ele estava saindo de um restaurante na cidade de Recife(PE), quando foi surpreendido por um desafeto político e também pessoal, trata-se do advogado João Dantas, família enraizada até hoje na região de Teixeira(PB).
Este episódio gerou uma comoção popular nacional, criando na figura de João Pessoa um mártir político, seu corpo foi sepultado na capital federal, mas antes disso uma peregrinação com o seu corpo pelas principais cidades do país acendeu a revolta e foi fator decisivo para desencadear a chamada Revolução de 1930, o nome de João Pessoa batiza ruas, avenidas, praças, escolas e até a capital do estado mudou de nome, em uma homenagem “Ad eternum”.
O que poucas pessoas conhecem são os motivos pessoais de influenciou diretamente nesse fatídico episódio, a família Dantas e pessoas mais próximas foram por anos injustamente perseguidas em decorrência desta situação.
O crime foi a explosão da Revolução de 1930 - a chapa presidencial de Getúlio Vargas e João Pessoa havia sido derrotada em março daquele ano pelo paulista Júlio Prestes, apoiado pelo presidente Washington Luís.
No sertão da Paraíba os ânimos estavam aflorados, um grupo resolveu ficar luta armada frente a República Velha, a Revolta de Princesa. Esse foi o nome dado ao levante contra Pessoa comandado pelo coronel José Pereira Lima no município de Princesa, atual Princesa Isabel (PB), distante 400 quilômetros da capital, João Pessoa.
Essa revolta acentuou um conflito político entre Pessoa e coronéis do interior, dentre vários motivos a criação do Tribunal de Contas para fiscalizar as prefeituras municipais desagradava oligarquias pelo sertão. Princesa chegou a ser proclamada "território livre", e a semiguerra civil colocou frente a frente, de fevereiro a julho, quando jagunços recrutados por Pereira e volantes da polícia estadual se enfrentaram. O crime não teve motivação política, e sim vingança. O assassino, João Dantas, aliado a inimigos de Pessoa, teve a casa invadida quatro dias antes pela polícia, que buscava armas, e pelos registros históricos não encontrar nada, apenas cartas e fotografias eróticas, digamos vazou “nudes” de Dantas e da amante, a professora e poeta Anayde Beiriz. Exposto ao público, o material causou escândalo, levando Beiriz ao suicídio.
O Jornal “A União” do Governo do Estado da Paraíba, divulgou esse farto material que atingia diretamente seu opositor João Dantas, causando uma grande polêmica social, as cartas tinham um conteúdo bastante íntimo, com fotos em poses ousadas.
O processo de construção de um mito político, foi fortemente utilizado por Getúlio Vargas, aliado a uma grande comoção popular ajudou consideravelmente a promoção pessoal de Getúlio Vargas.
João Pessoa teve o corpo embalsamado e foi sepultado com honras no Rio de Janeiro. Em setembro daquele ano, os deputados paraibanos aprovaram a mudança do nome da capital, então Paraíba do Norte, para João Pessoa. Foi composto um hino em homenagem ao ex-governador, e seu nome foi dado a dezenas de logradouros em todo o país. Em 1967, a Paraíba tornou o dia 26 de julho feriado estadual.