Se nós olharmos à nossa volta, depararemos com muitas pessoas que trabalham arduamente, mas não realizam os seus sonhos, acabam se frustrando e levam uma vida apenas satisfatória. Isso sempre me fez perguntar como e por que acontece. Por que algumas pessoas conseguem realização, são felizes e outras não? Já trabalhei em grandes empresas, prestei consultoria em outras dezenas de pequenas e médias e a realidade é a mesma. É comum encontrar pessoas felizes com o que fazem; outras apenas satisfeitas e muitas insatisfeitas, mesmo tendo salários suficientes para mantê-las.
Hoje eu consigo enxergar que o “ikigai”, uma filosofia japonesa, pode estar por trás dessa realidade. É o que eu falarei nesta coluna. Vamos conversar sobre realização, sonho, paixão, missão, profissão e como podemos fazer o que amamos, receber por isso e ajudar outras pessoas.
Sabemos que não é mais possível separar vida pessoal da profissional. Então, quando eu vou trabalhar não deixo o lodo pessoal em casa. Nem quando chego em casa, deixo o profissional no trabalho. Logo, temos que integrar essas duas dimensões e tirar o melhor proveito delas. Ser feliz por inteiro. Não posso ser feliz com o meu trabalho e frustrado com a minha vida pessoal ou vice-versa.
O ikigai nada mais é do que a razão de viver, segundo o neurocientista Ken Mogi. É descobrir o que nos move. O que nos faz acordar todos os dias com os olhos brilhando, independentemente de como estamos. É a razão de querer mais um dia e vê-lo como o dia que poderá acontecer tudo o que eu espero.
O ikigai, para os japoneses, pode ser uma das razões que levam à longevidade, à saúde, à vitalidade e à felicidade. Isso por que a pessoa tem um propósito, uma razão para acordar todos os dias para realizar esse propósito. Quem descobre o seu ikigai, o seu propósito, realiza mais, pois acorda todos os dias para tal finalidade.
Perguntas simples podem ajudar você a encontrar o seu ikigai. Você sabe o que ama fazer, ou seja, faz por paixão? Você sabe o que gostaria de fazer, se não precisasse mais de dinheiro? Você sabe em que você é muito bom para fazer, faz melhor do que a média das pessoas que estão ao seu redor?
Vamos fazer um exercício antes de prosseguir. Se tiver um lápis ou uma caneta por perto, pegue e vamos descobrir o seu ikigai. Preencha a mandala do ikigai com o que você ama fazer, com o que o mundo precisa (pense na sua realidade), como a sua profissão e o que você é bom para fazer e veja se faz sentido para você.
Fonte: https://www.napratica.org.br/como-mandala-ikigai-pode-ajudar-voce-encontrar-seu-proposito/
O bom é que o seu ikigai você pode construí-lo a partir de pequenos objetivos e não existe apenas um ikigai. Você pode ter vários ikigais. Eu mesmo tenho alguns. Um deles e é o que eu me dedico diariamente e que o descobri há muito anos, é ter uma vida longeva e saudável, ajudar outras pessoas a ter o mesmo, sem impor a minhas idéias. Precisamos de um mundo mais saudável e mais feliz. Quando descobri esse propósito, fui buscar conhecimento, dediquei-me mais aos esportes, melhorei a minha alimentação, fui diminuindo os excessos das coisas que prejudicavam a minha saúde, como stress, alimentos processados, sedentarismo, pensamentos negativos, etc.
O simples ato de preparar o meu café da manhã se tornou o principal momento do meu dia. É quando eu concentro-me no que precisarei para realizar o propósito do meu dia. Tudo passou a fazer mais sentido. Eu tinha uma razão para fazer as coisas. Alimentar-me, praticar as atividades físicas e estudar são ações que faço com imenso prazer. Fiz um curso de gastronomia e iniciei o curso de nutrição por que queria estar mais próximo dos meus objetivos e alcançar o meu ikigai.
E você, levanta todos os dias para alcançar qual propósito?
Já parou para pensar nisso?
Gostaria que você preenchesse a sua mandala e refletisse sobre o resultado. Não para comparar ou esperar elogios dos outros, mas para saber como ajustar o que você ama e o que você é bom para fazer com o que está fazendo atualmente.
Eu gostava de ser bancário, mas não era uma paixão. Fazia muito bem feito, foi o que me deu condição financeira para iniciar a minha vida. Interrompi para iniciar um dos meus ikigais, ensinar. Hoje sou professor. Sou feliz, tenho uma paixão por compartilhar conhecimento, contribuo para um mundo melhor, é a minha principal profissão e dou o meu melhor sempre. É um dos meus ikigais.
Qual é o seu ikigai?
Até a próxima coluna, na qual falarei sobre os sonhos. Saber quais são poderá ajudá-lo a encontrar o seu ikigai!